quinta-feira, 28 de julho de 2011

Polícia ouve testemunha em caso de cachorro que foi morto por trator (Salvador/BA)

Moradora acusa tercerizado da prefeitura de atropelar propositalmente o cão.
Segundo delegado, crime de maus tratos pode gerar prisão. 


O delegado titular da 3ª Delegacia do bairro do Bonfim, Cléber Cunha, vai ouvir na tarde desta quinta-feira (28) a moradora que diz ter presenciado o atropelamento e a morte de um cachorro de rua no dia 8 de junho, no bairro da Ribeira, em Salvador. De acordo com a queixa aberta pela testemunha Amália Pinho, o crime teria sido cometido por um motorista terceirizado da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb) de forma proposital.



O suposto autor seria ouvido também nesta quinta-feira, mas o delegado informa que a advogada da empresa afirmou que ele está afastado há 60 dias para recuperação de uma cirurgia. 


Segundo a testemunha, alguns cachorros vivem na rua da praia de Bogari e são cuidados por moradores da região com alimentação e vacina. "Marron era um desses cachorros, que costumava brincar nas areias da praia juntamente com outros cães. Nesse dia, a prefeitura estava relizando um serviço de limpeza nas areias quando um dos tratoristas ameaçou passar por cima dos animais. Nós conseguimos evitar algumas das tentativas quando, na última, ele jogou o veículo em cima de quatro cães, mas somente três conseguiram escapar em tempo. A roda do trator passou por cima de Marron, que ainda saiu correndo pela pista, morrendo em seguida, do outro lado da rua", relata.


Cunha explica que os responsáveis poderão ser indiciados no artigo 32 - 9.605/1998, que configura como crime maus tratos contra os animais. "Ouviremos os envolvidos e a partir daí poderemos abrir um inquérito a ser respondido na vara criminal, onde são julgados os crimes que, se comprovados, podem passar de quatro anos de reclusão", diz.


A Limpurb informou que os serviços realizados na região são de responsabilidade da Grado Engenharia, terceirizada do órgão. Alberto de Oliveira Macêdo, gerente da empresa Grado, explica que, de acordo com um relatório apresentado pelo tratorista acusado, o cão se jogou na frente do veículo provocando o acidente. De acordo com Macêdo, o motorista não poderá participar da oitiva porque apresentou um atestado médico na empresa referente a uma cirurgia realizada quarta-feira (27).


A advogada especialista em defesa dos animais, Ana Rita Tavares, que acompanha o caso, afirma que a defesa fará todo o esforço possível para responsabilizar o tratorista como culpado. "As pessoas não têm a obrigação de gostar dos animais, mas o dever de respeitá-los", finaliza.

Fonte: G1

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