terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Primeiros socorros em cães e gatos


Quem tem um cachorro ou gato dentro de casa bem sabe como nem sempre é fácil descobrir se o bichinho está doente a ponto de ser levado ao veterinário ou apenas passa por uma indisposição passageira. Para piorar a situação, o animal não pode falar o que sente, tornando o dono ainda mais preocupado.
Nesses casos, o melhor a fazer é entrar em contato por telefone com um veterinário e tentar explicar os sintomas do bichinho. De acordo com a dra. Carla Alice Berl, do Hospital 24h Pet Care, os pets estão sujeitos a uma infinidade de riscos e apenas um médico pode fazer a avaliação adequada.
Ela explica ainda que os casos mais comuns são brigas, quedas, atropelamento, envenenamento, ingestão de corpos estranhos, diarréias agudas, concussões, sintomas neurológicos e falta de ar. “Ainda são comuns casos em que o problema se estende por vários dias e as pessoas esperam até que o animal esteja muito mal para levá-lo ao veterinário”, destaca a médica

De acordo com a diretora do hospital existem sintomas comuns em diferentes ocorrências. “Vômitos intensos, anorexia por mais de um dia, falta de movimentação com sinal de dor, principalmente, dificuldade de mover os membros traseiros, urina toda hora em pequenas quantidades, tentar urinar ou defecar e não conseguir, convulsionar, apresentar falta de equilíbrio ou falta de ar e desmaiar”. Em qualquer um desses casos é preciso procurar atendimento veterinário.

Acompanhe a seguir as principais emergências com cães e gatos e saiba como proceder em cada caso.
  • Gastrointestinais
Ingestão de corpos estranhos, de substâncias tóxicas e intoxicação alimentar são os casos mais comuns, explica a dra. Carla. “Os venenos de rato ou adubos (mamona) colocados em vasos são os principais problemas. Seja porque os filhotes estão usando a boca para descobrir aquilo que está a sua volta, ou porque comem alimentos que não são específicos para eles”.
Na maioria das vezes o animal começa vomitar e apresentar diarréia, às vezes com, outras sem a presença de sangue, convulsões e tremedeira também podem ser sintomas de envenenamento. “Tente descobri o que o animal ingeriu e a dose, entre em contato com o veterinário e explique a situação”. Não induza ao vômito, isso pode piorar ainda mais a situação.
  • Cardíacas
As emergências cardíacas geralmente se apresentam como falta intensa de ar, o animal fica ofegante, não consegue deitar (fica sentado arfando), também pode apresentar língua arroxeada e desmaio. “Em qualquer um desses casos é preciso levar o animal para o veterinário”, alerta Carla.
  • Neurológicas
As convulsões também são muito comuns. Nesse caso não se deve tentar segurar o animal. Tente afastar o bicho de qualquer objeto que possa ser perigoso e perceber qual o tempo de duração da crise. “Se o animal convulsionar por mais de um minuto leve imediatamente ao veterinário”, frisa a médica. “Convulsões prolongadas podem causar edema cerebral com sequelas irreversíveis”.

Outros sintomas de emergência neurológica são os acidentes vasculares cerebrais (AVC), nos quais o animal fica repentinamente com problemas relacionados à coordenação motora. Neste caso é preciso encaminhar o animal para o atendimento veterinário.
  • Traumáticas
Brigas, atropelamento e quedas estão no topo das ocorrências desse tipo. Em qualquer uma dessas situações é preciso ter cuidado ao manipular o animal, pois ele está sentindo dor e pode acabar reagindo de forma agressiva, com rosnados e até mesmo mordida. O uso de focinheiras é indicado se houver disponibilidade.
Outro procedimento necessário é verificar se há algum sangramento para tentar reduzi-lo. “É preciso ter cuidado para não causar ainda mais ferimentos ao animal”, diz a médica veterinária. “Não tente deslocar ou puxar membros que estejam aparentemente fraturados”. Transporte imediatamente o animal para o veterinário cuidando para que durante o trajeto os ferimentos não se agravem.

Mas, antes de chegar à emergência, alguns passos devem ser seguidos:
  • Alerta
Logo após o acidente, é necessário que o bicho seja encaminhado a um hospital veterinário e seja submetido a exames como ultrassom, raios X e tomografia. Só eles podem apontar se, além da fratura, houve alguma lesão mais grave que requeira cirurgia.
  • Limpeza
Não deixe o animal lamber o machucado. Ao imobilizá-lo, pegue um tubo de soro fisiológico, faça um furo na tampa e espirre alguns jatos sobre o local ferido para retirar resíduos de asfalto, grama ou terra que possam causar infecções. Após a higienização, utilize gaze ou tecido bem limpo para cobrir o ferimento.
  • Medicamentos
Não ofereça medicação humana aos animais. Só depois da avaliação de um profissional e de exames específicos é possível saber a gravidade do acidente e que tipo de tratamento será indicado — as opções vão de antibióticos e anti-inflamatórios a fisioterapia. De qualquer forma, siga sempre as orientações do veterinário.
  • Fratura exposta
O animal costuma suportar a dor mais até do que os seres humanos, mas não tente ajeitar um osso fora de lugar nem fazer movimentos bruscos. Tudo isso pode agravar a situação. Acalmá-lo nesses momentos é fundamental para que ele não avance. “Em casos de hemorragia, use um pano limpo para conter o sangramento e faça compressas com as mãos sobre a fratura”, orienta Cyon.
  • Cuidados imediatos
A veterinária Thais Fernanda da Silva Machado, de São Paulo, avisa: “Fraturas mal tratadas podem causar deformidade de angulação que deixam os membros tortos, provocam dificuldade de locomoção e infecções, principalmente em caso de feridas abertas, que se complicam e podem comprometer para sempre a pata”. Ou seja, não protele os cuidados com o animal.

Imobilizar o bicho depois de um acidente é fundamental antes de levá-lo ao veterinário:


Amarre o focinho

Com a ajuda de outra pessoa, segure o pescoço do animal para que ele não morda. Pegue uma corda, barbante ou cadarço, enrole o focinho dele e amarre atrás da cabeça.



Cubra o gato 

Envolva o felino com um cobertor ou toalha grossa. Dessa forma você se protege das unhas afi adas e dos dentes fi nos do bichano machucado.

 


Improvise uma maca 

Arraste cuidadosamente uma tábua para debaixo do animal e empurre-o devagar para cima dela, evitando manipulá-lo demais. Tente não deitá-lo sobre o membro fraturado.




Fontes:

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