sábado, 5 de fevereiro de 2011

Leishmaniose Canina: a temida doença de Calazar



 A Leishmaniose Canina, comumente conhecida como Calazar, é uma doença grave e fatal que afeta principalmente cães, mas também animais silvestres, como o gambá, e animais urbanos, como ratos e humanos. A causa da Leishmaniose é um parasita protozoário microscópico do gênero Leishmania, sendo a doença transmitida de cão para cão através da picada de pequenos insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser clínico, com a verificação dos sintomas, sorológico, parasitológico, por hemograma e por proteinograma.

Os principais sintomas são:

- Perda de peso e/ou falta de apetite
- Apatia e debilidade
- Seborréia, feridas que não cicatrizam
- Crescimento rápido das unhas
- Anemia
- Inchaço dos gânglios
- Insuficiência Renal
- Diarréias persistentes e vômitos
- Lesões Oculares (conjuntivites)
- Hemorragia nasal
- Ferimentos ao redor dos olhos e na pele

PREVENÇÃO

Tendo em conta as características desta doença (elevada prevalência no país, diagnóstico precoce difícil, sintomas graves, tratamento difícil e dispendioso), a principal arma na luta contra a Leishmaniose passa pela prevenção.

Atualmente não existe nenhum método de proteção 100% eficaz na prevenção da Leishmaniose. No entanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, a melhor opção é a utilização de coleiras repelentes impregnadas de deltametrina, que demonstrou conseguir prevenir 95% das picadas de flebótomos durante 6 meses. Coleiras repelentes à base de citronela também são grandes aliadas.

O mosquito gosta de se reproduzir em locais com matéria orgânica em decomposição. Portanto é importante manter ambientes limpos, sem acúmulo de lixo. Em canis, recomenda-se a pulverização do ambiente com DDT, piretróides e fosforados, além da higiene, como controle do vetor.

O combate à Leishmaniose tem uma forte aliada desde 2004. Trata-se da Leishmune, a primeira vacina do mundo contra a Leishmaniose Visceral Canina, desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Fort Dodge Saúde Animal. A vacina, conforme comprovação em estudos de campo, oferece entre 92% e 95% de proteção aos cães vacinados e é registrada desde 2003 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), único órgão brasileiro que regula a aprovação de produtos veterinários.

Para ser eficiente, a vacina deve ser aplicada em cães soronegativos (testes sorológicos negativos para a presença de anticorpos da doença) e assintomáticos a partir dos quatro meses de idade. Ao todo, devem ser administradas três doses em intervalos de 21 dias, sendo recomendada a vacinação anual dos animais a partir de 12 meses após a 1ª dose.

TRATAMENTO

Atualmente 4 drogas são usadas para o tratamento da leishmaniose visceral canina:os
antimoniais pentavalentes, o alopurinol, a aminosidina e a anfotericina B. Os animais submetidos ao tratamento devem ser controlados a cada três meses, através da
avaliação clínica, sorologia para detecção de anticorpos anti-Leishmania, avaliação bioquímica
sérica, hemograma completo, proteinograma e quando possível pesquisas de parasitos na pele.

O tratamento pode ter sucesso desde que a doença seja diagnosticada antecipadamente e o cão ainda reunir um estado de saúde satisfatório. Contudo, o tratamento apenas consegue eliminar os sintomas e travar a progressão da doença, pois a cura completa é difícil.

EXTERMINAR ANIMAIS NÃO É A SOLUÇÃO
 
Muitos avanços ocorreram na habilidade de diagnóstico da doença, entretanto é necessário combater de forma mais efetiva o vetor (flebótomo ou mosquito-palha) e, sobretudo, trabalhar pela prevenção, incluindo-se aí o uso da coleira repelente do flebótomo, bem como a vacinação em massa dos animais (como há anos acontece com a raiva, outra zoonose gravíssima). Também antigos problemas brasileiros como desnutrição e falta de saneamento básico precisam estar no topo das prioridades governamentais.

O certo é que as autoridades sanitárias dos municípios, dos estados e do governo federal precisam agir e investir maciçamente no esclarecimento, educação e conscientização da população, dos tutores de animais e, inclusive, dos médicos humanos e veterinários, visando à prevenção da disseminação da doença.  Há a necessidade de ampliar os estudos para realmente comprovar que animais tratados e mantidos sob controle não representam risco para a população humana; também é necessário extinguir, definitivamente, métodos primitivos e desumanos de combate à doença, como o extermínio em massa de cães.

Fontes:
http://www.santohuberto.com

2 comentários:

  1. Com relação ao tratamento em dose única, o que vc conhece a respeito!?

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  2. Já existe tratamento em dose única. Em um estudo feito em 2010, o tratamento com dose única foi tão eficaz quanto o tratamento com duração de 01 mês e teve menor custo.

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