sábado, 1 de outubro de 2011

Medicar animais por conta própria pode ser arriscado

O gatinho parece estar com febre? Ah, dá um antipirético para ele. O cachorro vomitou? Não tem problema, é só correr na caixinha de remédios e encontrar uma pílula para melhorar o enjoo. Tudo certo? Não, muito errado!

O médico veterinário Otávio Volpato alerta que são vários os riscos de medicar seu animal por conta própria. “Pode desencadear desde um quadro agudo e fatal, até um crônico, com sequelas que seguirão o animal por toda sua vida”, avisa.

O profissional lista uma série de remédios que podem comprometer o animal e fala, inclusive, sobre o uso indiscriminado de vermífugos. “Uma vermifugação depende de se saber qual o verme que se está combatendo e qual a droga e a forma como ela deve ser usada”.

Ele fala também sobre o excesso de vitaminas, principalmente as que não se dissolvem em água, como A, D e E.

“É muito fácil intoxicar um animal com sobredose de vitaminas do grupo solúvel em óleos. Os sinais vão de náuseas e vômitos, até a icterícia, e sinais de comprometimento do sistema nervoso central, como irritabilidade e falta de apetite”, explica Volpato.

Porém, no quesito “caixinha caseira de remédios” a lista de problemas é ainda maior. Suplementos proteicos e vitamínico-minerais, anti-inflamatórios, corticóides e antibióticos são comumente ministrados a animais domésticos sem prescrição médica.

“Tudo o que se consegue comprar sem receita é usado. O acesso à internet e o uso de buscadores potentes como o Google têm facilitado e encorajado alguns a tentarem o tratamento antes de gastar com o médico veterinário, o que é um erro”, alerta.

O veterinário diz que entre seus clientes a medicação por conta própria não é algo comum, mas ele já enfrentou alguns casos que tiveram desfechos trágicos.

Exemplo: cliente que deu diclofenaco para seu doberman por uma semana, duas vezes ao dia. “O animal parou de mancar. No entanto, quando começou a hemorragia digestiva, de estômago e intestinos, não houve como salvá-lo. Eram muitas úlceras. Não houve tempo, nem com duas transfusões sanguíneas. Foi muito triste. Aprender assim dói muito”, lamenta.

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