domingo, 22 de maio de 2011

OAB-PR quer fim do uso de cães em experiências de Universidade


A Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) quer o fim das experiências com implantes dentários em cães da raça beagle na Universidade Estadual de Maringá (UEM). A OAB reivindica que os cães que participaram da pesquisa sejam liberados e colocados para doação e que a experiência não use animais vivos. 

A entidade teve conhecimento das experiências depois de receber denúncia na semana passada. Constam nos documentos que os beagles, cães de pequeno porte e muito dóceis, criados no Biotério da universidade, tinham os dentes extraídos e, no pós-cirúrgico, eram alimentados com "ração dura de grão médio". 

"Mesmo com pontos na boca, os tratadores não ofereciam papinha a eles", diz a advogada Danielle Tetü Rodrigues, membro da Comissão e doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento. 

Na cirurgia para instalar os implantes dentários, a anestesia era insuficiente e os cães acordavam no meio da operação. "Os animais são seres que sentem dor, medo, frio e fome", comenta. "Fazer uma experiência sem que eles estejam adequadamente sedados é inadmissível e é o que parece estar acontecendo na UEM". 

A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente também investiga as experiências de implantes em cães. Um ofício encaminhado à universidade pediu suspensão das pesquisas. O promotor do Meio Ambiente, José Lafaieti Barbosa Tourinho, diz que recebeu documentos sobre as pesquisas e que os papéis estão em análise. 

A promotoria passou a analisar o caso depois de receber um abaixo-assinado com quase 6 mil assinaturas.

A OAB-PR pediu cópia dos autos ao Ministério Público. A entidade quer saber em qual estágio se encontra o inquérito e não descarta medida criminal contra a UEM caso os maus-tratos sejam confirmados. "Não concebemos que no século 21 os animais sejam criados com a finalidade de servir ao homem". 

A utilização de animais em experiências é permitida por lei desde que eles sejam usados como último recurso e que não sejam submetidos à dor. 

O professor Mauro Ravagnani, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, afirma que a ética norteia todos os experimentos feitos na instituição. 

"Todos os projetos de pesquisa (que usam animais) passam pelo comitê. Os são aprovados só são desenvolvidos porque têm parecer legal".
 
Fonte: O Diário.
21/05/2011

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