segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OTITE CANINA: Causas, diagnóstico e tratamento

 

 

De orelhas em pé. É assim que você deve ficar quando seu cão balançar a cabeça constantemente, esfregar as patas no ouvido ou choramingar por qualquer bobagem. Tudo isso pode ser sinal de otite.


O que é otite?

Otite é o nome que usamos para designar os processos inflamatórios do ouvido. Nos animais, é um problema muito comum que, quando não diagnosticado ou tratado corretamente, pode levar à surdez e, ainda, à alterações de postura e comportamento, como andar em círculos.

Quando surgem os sintomas da otite, não raro o dono também não liga muito. O cachorro se coça e parece fazer gracinha. Ou chora como se estivesse de manha. É preciso prestar atenção, especialmente quando a raça é mais suscetível ao problema. “Cães com orelhas caídas têm mais tendência a otite por causa da cavidade que fica naturalmente abafada”, explica Mário Marcondes, do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo.

O que causa a otite?

As causas da otite podem ser várias:

  • Infecciosa: causada por bactérias e, geralmente, acompanhada de pus. Às vezes, é difícil de ser tratada e necessita de exames complementares, como coleta da secreção para análise e determinação do antibiótico que deve ser usado (cultura e antibiograma). Esses tipos de otite, quando "mal curados", ocasionam um quadro crônico e cada vez mais difícil de ser resolvido.
  • Parasitária: causada por ácaros (sarna). É muito comum encontrarmos excesso de cera de cor marrom muito escura, O cão coça bastante as orelhas. O ácaro que acomete o conduto auditivo não é o mesmo que causa a sarna de pele. Ele é transmitido entre cães e gatos, mas não para o homem. A recidiva desse tipo de otite é comum se o animal freqüenta ambientes contaminados.
  • Fungos: é similar à otite bacteriana, mas o tipo de agente é outro. Apenas o exame da secreção do ouvido poderá diferenciar o microrganismo causador.
  • Seborréica: por excesso de produção de cera. Alguns cães produzem muito cerúmen e o mesmo não é eliminado. O acúmulo do material vai causar fermentação, o que leva ao mau cheiro e posterior inflamação dos ouvidos.
  • Umidade: alguns cães têm o hábito de nadar, e a entrada de água nos ouvidos certamente causará inflamação. A penetração de água no conduto auditivo durante o banho é uma freqüente causa de otite. Chumaços de algodão devem ser colocados, para que os ouvidos fiquem protegidos.
  • Predisposição racial: raças que tem orelhas longas e peludas têm maior probabilidade de terem otite. Orelhas caídas abafam os ouvidos e não permitem a circulação do ar, condição que favorece a multiplicação de bactérias. O excesso de pelos que algumas raças apresentam dentro dos ouvidos é outro fator predisponente. Os pelos formam um tampão que impede a entrada de ar e a saída da cera. A remoção do excesso de pelos de dentro dos ouvidos deve ser feita pelo veterinário, com a freqüência que ele achar necessária.

A ventania nas orelhas costuma levar sujeira para o canal auditivo. Já a umidade favorece a multiplicação de fungos, bactérias e ácaros, que, então, povoam toda a cavidade auricular. “O excesso de banhos no calor também tira a proteção do ouvido do bicho, que é a cera. Ela amolece e escorre, escapando demais. Isso o deixa sensível”, explica o veterinário Enio Eduardo Bovino, da Universidade Paulista, a Unip. Limpeza de menos ou feita do jeito errado também não é nada bom. A pior coisa é quando o dono se mete a resolver a situação por conta própria e, sem querer, empurra a cera de vez para dentro. “Só o veterinário sabe como limpar os ouvidos do cão corretamente”, diz Bovino. “Esse é mais um motivo para não perder a consulta periódica.”

Quais são os principais sintomas da otite?

  • Mau cheiro, provocado inclusive pela descamação do canal auditivo
  • Coloração da cera, que fica quase negra
  • Secreção auricular amarelada e fétida
  • Pele mais avermelhada que o normal dentro das orelhas
  • O cachorro chora por qualquer coisa e vive balançando a cabeça
  • Coça as orelhas sem parar
  • Quando a otite é unilateral, o animal mantém a cabeça inclinada para o lado inflamado

Como tratar um cão com otite?

Muitas vezes o simples ato de proceder à limpeza dos ouvidos, quando a otite é apenas externa, é suficiente para sanar o mal. Porém, quando a infecção já atingiu o ouvido médio ou o interno, necessário se faz tratamento mais especializado, inclusive com administração de antibióticos por via geral (parenteral ou oral), e mesmo nebulizações da garganta com medicação apropriada. Nesse caso, a recomendação é procure um veterinário competente, que este deverá estar capacitado para lhe indicar a melhor terapêutica.

Uma das freqüentes causas de falha no tratamento é o procedimento incorreto na hora de pingar o medicamento no ouvido do cão. Os remédios devem ser aplicados com a cabeça do cão deitada e segura firmemente por alguns instantes após a instilação das gotas. A maioria dos cães chacoalha a cabeça logo após a aplicação, o que elimina grande parte do medicamento, não permitindo que ele atinja toda a extensão do conduto.

 Como podemos prevenir essa doença em nossos cães?

  • Cuide da limpeza do canal auditivo externo do seu cão. Limpe-o regularmente com algodão ou gaze (não use cotonetes ou instile medicamentos!)
  • Durante o banho tome muito cuidado para evitar a entrada de água nos ouvidos. A umidade favorece a multiplicação de fungos, bactérias e ácaros.
  • Animais que praticam natação devem ter as orelhas lavadas e bem secas após a prática
  • Só remova os pelos se for necessário, caso o animal já tenha algum histórico de otite. Não é recomendável arrancar os pelos como cuidado dos ouvidos, pois a irritação que este procedimento provoca pode predispor a otite externa;
  • Feche as janelas do carro na hora do passeio. A ventania nas orelhas costuma levar sujeira para o canal auditivo.

Fique atento: qualquer choramingo ou sinal de coceira são motivos para ir ao veterinário. Se for otite, ele saberá o que fazer conforme a causa da inflamação e livrará seu cão de consequências nada boas.

Fontes:
http://www.saudeanimal.com.br

2 comentários:

  1. O problema é encontrar um veterinario realmente competente e desinteressado...Gastei um dinheirão com um médico veterinário perto de minha casa e as aplicações que ele fez na minha cadelinha deu em nada.

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