terça-feira, 10 de abril de 2012

Novos casos de agressão a animais reacendem discussão sobre violência

Três casos de maus-tratos contra animais divulgados nessa segunda-feira reacendem o debate em torno da prática de violência contra os bichos e a repercussão que esse assunto vem ganhando principalmente nas redes sociais. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Rondônia investiga a morte de um cavalo, baleado na BR-364, em Porto Velho, por um agente da corporação. Um vídeo anônimo – retirado da internet ontem – mostra o inspetor deflagrando três tiros contra o animal. Um deles parece ser na cabeça.

Em Salvador, uma mulher também foi flagrada, em vídeo feito pela vizinha, espancando um cachorro com uma vassoura. Em Porto Alegre, estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) protestaram contra um vigilante terceirizado do câmpus que, na sexta-feira, matou um cachorro da raça pit bull com um tiro no olho.

A 15ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre investiga a morte da cadela Artêmis. Em depoimento, o autor do disparo disse que o animal teria “avançado” em sua direção. Tutora do cachorro e estudante de veterinária, Mariana Simões dos Santos afirmou que, apesar de o bicho estar sem a coleira, ele não tinha o movimento de uma pata e não teria condições de pular no homem. Segundo ela, Artêmis era dócil e nunca tinha atacado ninguém. No Facebook, Mariana criticou a atitude do vigilante. “Ele não atirou para cima. Ele não atirou na pata, foi na cabeça, com a clara intenção de matá-la.”

Diante da polêmica, a UFRGS quer proibir a circulação de animais sem coleira no pátio da Faculdade de Veterinária. A universidade também pedirá aos vigias que trabalham no hospital que façam um curso para lidar com os bichos. Segundo a veterinária da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) Rosângela Ribeiro, a falta de treinamento pode ter causado o acidente. “O pit bull é uma raça considerada potencialmente mais agressiva, pois tem uma mordida mais forte. Mas isso tudo depende da criação. Ela (a cadela), infelizmente, pagou pela falta de informação.”

Cavalo morto

No caso do cavalo morto, a alegação de Reges Ramos, autor de disparo, é de que “a alternativa mais humana era o abate do animal”. Segundo o agente, o cavalo tinha provocado um acidente de trânsito e estava ferido no meio da pista, podendo criar novas colisões. O caso é investigado pela corporação. Em Salvador, o juiz Agemiro de Azevedo Dutra, da 3ª Vara Cível, concedeu ontem uma liminar de busca e apreensão de cachorros na casa da mulher filmada por uma vizinha maltratando um dos bichos. A ação não pôde ser cumprida porque a residência estava fechada.

Segundo a especialista da WSPA, a situação pode piorar caso sejam aprovadas mudanças no Código Penal. O artigo 32 da Lei nº 9.605 determina que é crime maltratar animais e prevê prisão de três meses a um ano, além de multa. Em caso de morte do animal, a pena pode aumentar em até seis meses.

Mas a veterinária explica que, na discussão da reforma do Código Penal, a Lei dos Crimes Ambientais passaria a considerar os maus-tratos contra animais só como infração administrativa, sendo punida apenas com o pagamento de multas.

Fonte: Pernambuco

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