terça-feira, 3 de maio de 2011

Adoção, sempre. Mas com critérios.


Oferecer um novo lar para animais carentes exige amor e responsabilidade 

Anúncios em horário nobre, reportagens na grande imprensa e campanhas pagas pelo governo, o tema da adoção de cães e gatos recebe cada vez mais atenção da mídia. É verdade, adotar dá nova chance a um bichinho abandonado e ameniza as consequencias da superpopulação. No entanto, a atitude – uma das principais soluções para esvaziar abrigos lotados – pode ser inócua e até piorar o problema, quando envolve animais não castrados, que geram crias e se reproduzem exponencialmente.

Feirinhas de doação sem critérios e o "modismo", que pode motivar pessoas bem intencionadas, mas não exatamente preparadas, completam a equação perigosa. 
"Infelizmente a 'onda' da adoção está atraindo gente que não procura doar o animal castrado, vacinado e saudável, muito menos se preocupa com a escolha do adotante”, alerta a protetora independente Izolina Ribeiro. “Para essas ongs ou protetores, importa mais a quantidade de doações do que a qualidade", complementa.

Políticas públicas

Para Izolina, uma das soluções está nas leis. "Os espaços, a disponibilidade material e os recursos humanos são finitos. A saída é lutar por políticas públicas voltadas para castração, educação e identificação de cães e gatos.", complementa.

Neste quesito, o município de São Paulo disputa a vanguarda no país, com uma lei que regulamenta criadores e feiras de adoção e prevê que apenas animais castrados sejam vendidos ou doados. No entanto, com quatro anos de existência, a legislação é desconhecida até por veterinários e só vem sendo aplicada, com muito custo, graças aos esforços de protetores, já que a fiscalização é muito tímida.  

De feira em feira
 
Enquanto não cria pratos sofisticados, a chef de cozinha Flávia Ricco organiza feiras exemplares no estacionamento de um super-mercado na zona norte de São Paulo. Tudo com muito cuidado na escolha dos adotantes, doação apenas de animais castrados e vermifugados e vistoria no novo lar que receberá os bichos.

"Somos muito criteriosas, já recusamos inúmeros pretendentes. Os candidatos passam por uma entrevista rigorosa, assinam um termo de responsabilidade e, normalmente, visitamos os animais para saberem se estão sendo bem cuidados, se têm alimento, água fresca e um bom lugar para dormir", conta Flávia.

A protetora explica que, para manter os bichos em boas condições e saudáveis, seus colaboradores só acolhem um novo animal em lares temporários após cada adoção. O grupo consegue doar uma média de 15 a 18 animais, entre cães e gatos, por evento. O trabalho desta turma pode ser melhor conhecido no site www.adoteumfocinhocarente.blogspot.com.

Em 2007, a ARCA Brasil, em uma parceria inédita com a Pedigree, criou o programa “Adotar é Tudo de Bom”. Diferente de tudo o que já fora feito até então, a iniciativa envolveu 50 Veterinários Solidários da Grande São Paulo e lares transitórios, gerando adoções com o “selo de garantia” deste profissional da saúde animal. A entidade já não mais participa do projeto, que hoje oferece animais disponíveis em abrigos de outras ONGs.

03/05/2011

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