domingo, 17 de abril de 2011

Dia Mundial Antivivissecção reúne centenas de pessoas em protesto por cidades brasileiras



Em observância ao Dia Mundial Antivivissecção, centenas de ativistas realizaram, em várias cidades brasileiras, manifestações pacíficas contra o uso de animais vivos em testes e experimentações científicas. Em São Paulo, cerca de 300 manifestantes compareceram neste sábado (15) no vão do Masp, na Avenida Paulista, para dar voz aos animais vítimas de métodos anacrônicos e desprovidos de ética.

Convocados por intermédio da rede social Facebook, pelo grupo “Cadeia para quem maltrata animais”, os manifestantes mostravam grande disposição em expor à sociedade o sofrimento desnecessário pelo qual passam os animais escravizados em laboratórios e biotérios.

A exibição de cartazes com fotos de animais engaiolados, dissecados e torturados em vida pretendeu desvendar a realidade por trás de cada medicamento ou produto cosmético, de higiene ou de limpeza, que grande parte das pessoas compra desconhecendo sua origem macabra, manchada de sangue e brutalidade.

O principal enfoque dado ao protesto foi a ineficácia dos testes e o desenvolvimento de novas tecnologias já disponíveis para ensino e pesquisa, que prescindem de forma absoluta do uso de animais para investigação de efeitos nos seres humanos, além de serem muito mais confiáveis e eficientes.

Uma prova de que os testes em animais não são eficazes é a lista de mais de cem medicamentos cuja tolerância nos animais exaustivamente testados se demonstrou alta, mas que causaram não só danos em humanos, como também morte após a ingestão das drogas. É mais do que evidente que o tipo de reação causada nos animais não pode ser comparado ao desencadeado no corpo humano.

Nos panfletos distribuídos durante o protesto, ressaltava-se uma lista de novos recursos alternativos à vivissecção: softwares, culturas de células humanas em laboratórios; simuladores que reproduzem as mesmas características do corpo; células-tronco; pesquisa genética; sistemas biológicos in vitro; modelos; simuladores; autoexperimentação e outros.

A exigência de ética foi constantemente ressaltada pelos organizadores da manifestação, que, ao megafone, pediam que as pessoas não fechassem os olhos para a triste realidade das vidas descartadas em nome de uma ciência charlatã e gananciosa. Um petição também circulou arrecadando assinaturas contra o uso de animais em pesquisas.

O alvo da manifestação foi o Ministério da Ciência e da Tecnologia, comandado por Aloisio Mercadante, que defende o cruel uso de animais no desenvolvimento de novos fármacos e procedimentos para o “avanço” da pesquisa e da ciência. Um apelo foi feito para que todos se manifestem escrevendo às autoridades que  defendem essa prática cruel e falaciosa dos testes, pedindo que considerem as argumentações contrárias ao uso de animais. A informação sobre os políticos que compactuam com essa postura é fundamental para não só exigir deles uma decisão ética na elaboração das leis, como também não votar neles em eleições futuras.

O protesto se encerrou ocupando uma das vias da Avenida Paulista  com uma caminhada, agregando também um grupo que coincidentemente protestava contra o novo código florestal e uniu-se aos manifestantes compartilhando do mesmo princípio de defesa dos animais contra a tortura institucionalizada.

Capital Federal
Em Brasília, o  grupo “Cadeia para quem maltrata animais” realizou uma manifestação em frente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Vestindo jalecos e com máscaras nos rostos, cerca de 100 ativistas distribuíram cartazes e folhetos para conscientizar a população da necessidade de abolir o uso de animais em experimentos científicos.

O grupo mostrou a quem passava pelo local que existem técnicas alternativas com resultados mais eficientes e precisos. A coordenadora da manifestação, Patrícia Elmoor, diz que para abolir o uso de animais é preciso vontade pública e política. E defende que é possível conscientizar os consumidores para que não usem produtos que sejam desenvolvidos a partir de experimentos com animais.

Foram realizadas também manifestações no Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Campinas.

17/04/2011


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