domingo, 3 de abril de 2011

Páscoa: Substância presente no chocolate pode causar intoxicação nos pets.


Quem é dono de um bicho de estimação provavelmente já ouviu falar que chocolate pode matar cães e gatos. E é verdade, pode mesmo. Mas ninguém precisa ficar desesperado: mortes causadas pela ingestão de chocolate são raras, pois o animal teria de comer uma quantidade muito grande.

Na época da Páscoa, é preciso tomar cuidado e não deixar os ovos em qualquer lugar. “O perigo maior é quando o animal furta o chocolate de um local que não deveria, come tudo em grande quantidade. Os donos não devem deixar nada em local acessível”, afirma Marcia Mery Kogika, professora associada do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP).

Marcia explicou ao G1 que o grande problema é uma substância chamada teobromina, que está presente no cacau usado na fabricação dos chocolates. A concentração desse elemento muda conforme a variedade do produto.

O problema vem da não-metabolização da Teobromina no organismo dos cães e dos gatos. Nós humanos conseguimos “quebrar” e excretar a Teobromina, de modo que ela não se acumula no nosso organismo. Nos pets, essa substância se acumula e rapidamente atinge concentrações tóxicas.

O branco tem a menor quantidade de teobromina - cerca de 0,1 miligrama por grama de chocolate (0,1mg/grama). Já o chocolate ao leite tem aproximadamente 2 mg/grama. Os mais “perigosos” são aqueles com grande concentração de cacau e também produtos em pó, utilizados geralmente em bolos, que chegam a ter de 15 a 20 mg/grama.

“Segundo a literatura, a dose letal é de 100 a 500 miligramas por quilo. O animal teria de comer muito para morrer, mas quando ocorre a ingestão de uma quantidade razoável de chocolate pode haver uma intoxicação com manifestação clínica discreta, com vômito ou diarréia”, diz Marcia. “Quando há uma intoxicação mais grave, o cão pode apresentar sintomas neurológicos como dificuldade de coordenação motora, excitabilidade e, em casos mais graves, convulsões.”

O professor da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Julio Cesar Cambraia Veado ressalta que alguns cães e gatos também não toleram a lactose, presente no leite usado na fabricação da sobremesa.

Nutrição
Apenas um pouquinho de chocolate não prejudica a saúde do animal, mas doces não são opções saudáveis. Além do risco de intoxicação, o excesso pode causar obesidade, problemas nos dentes e até diabetes.

O professor Julio Cesar Cambraia Veado aconselha os donos que desejam agradar o animal a dar frutas, como um pedaço de maçã ou laranja. O petisco, porém, não deve substituir as refeições.

De acordo com Veado, ração é o alimento ideal para manter cães e gatos bem nutridos, mesmo que muitas vezes não seja tão apetitosa quanto um pedaço de chocolate. Os proprietários também devem prestar atenção na quantidade de comida, para o cão não engordar com o passar do tempo.

“Nem sempre sabemos interpretar o que é bom ou ruim para os animais. É preciso ter em mente que cães e gatos possuem organismo diferente. Um chocolate ou qualquer outro alimento que é agradável ao dono nem sempre é saudável para os bichos”, afirma o professor.

Tratamento
Se você suspeita que seu cachorro ou bichano tenha ingerido quantidades consideráveis de chocolate, consulte o médico-veterinário. A toxicidade da Teobromina é dose-dependente. Ou seja, depende do teor de Teobromina no chocolate, da quantidade de chocolate ingerida e do porte do animal. Os sintomas aparecem de 6 a 12 horas após a ingestão.

O tratamento da intoxicação por chocolates pode ser complicado. Não existe antídoto. Dependendo dos sintomas que o animal apresentar e do tempo passado desde a ingestão, o veterinário poderá fazer uma lavagem gástrica, infundir fluidos (o “soro na veia”) para evitar desidratação por vômitos e/ou diarréia. E poderá administrar eméticos (fármacos que provocam o vômito), carvão ativado, anti-convulsivantes (para animais que apresentem convulsões) e medicações para regular o ritmo cardíaco em caso de arritmias. A meia-vida da Teobromina no organismo dos pets é de 17 horas. Mas ela pode demorar 24 horas ou mais para ser eliminada.

Fontes:
http://www.cachorroverde.com.br

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